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03/12/2018 12:34:42
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La economía de los genéricos está cambiando

Sostenibilidad: la evolución en la adopción de genéricos ha permitido generar ahorros importantes incluso cuando falta otro apoyo para pasar al siguiente nivel

ode nem ter reparado, mas os genéricos são uma parte cada vez mais integrante do sistema de saúde. Quase metade, aliás (como pode ver nos números incluídos nesta página). Desde a sua implementação que a adoção destes medicamentes tem crescido paulatinamente, com reflexos positivos no acesso dos utentes e no crescimento da indústria farmacêutica nacional. E com impacto direto nas contas do Serviço Nacional de Saúde, às quais já permitiram poupanças de milhões.

A nova economia dos genéricos esteve em cima do palco no Palácio de Xabregas, em Lisboa, que serviu de pano de fundo para a conferência “Genéricos: Uma Nova Era”, organizada pela Tecnimede com o apoio do Expresso. “Os consumidores não têm muito a noção da evolução destes medicamentos”, afirmou Sofia Crisóstomo, cocoordenadora do programa “Mais Participação, Melhor Saúde.” Para a responsável, é claro que “ainda existem algumas ideias preconcebidas do que se pode e não pode fazer” no sector e que “as empresas farmacêuticas portuguesas têm grande dificuldade em comunicar” as possíveis vantagens e benefícios desta escolha. Por isso, deixou a questão: “Quais os fatores que levam uma pessoa a pedir um genérico ou não?”

Pergunta que, para os participantes no painel, também se deve alargar às razões de médicos e farmacêuticos na opção pelos genéricos. Mário Martins, por exemplo, falou da implementação de campanhas de comunicação junto destes três atores para os informar dos benefícios, o que é dificultado “pelas dificuldades impostas pelo regulador”. O diretor-geral da IQVIA Portugal defende que é preciso mais e considera que, ao invés do incentivo governamental de 35 cêntimos que é oferecido aos farmacêuticos por cada embalagem de genéricos vendida, faria mais sentido “premiar as farmácias comunitárias pelo serviço prestado” e o que este representa para a mudança em curso. O objetivo do Governo é ter uma quota de mercado de genéricos de 60% no final da legislatura e, na sua opinião, isso é perfeitamente exequível. “O mercado farmacêutico vai continuar a crescer, e isso é uma boa notícia para todos”, garante.

A questão do preço
A CEO da Tecnimede, Maria do Carmo Neves, acredita que “para haver mais medicamentos genéricos tem de haver mais informação”, mas tal não será suficiente para chegar ao próximo nível se este esforço não for acompanhado por um estancar na descida do valor de venda. “O preço não pode continuar a descer”, atirou a responsável. “O medicamento custa dinheiro a produzir, as matérias-primas aumentam e os salários aumentam”, pelo que é a própria sobrevivência da indústria que pode estar em jogo. Processo que já conhece alguns reflexos práticos, pois “cada vez menos empresas fornecem no mercado”.

É uma das grandes ameaças ao sistema de saúde, sobretudo se “o preço dos medicamentos for baixando até deixar de ser sustentável. Então entramos em situações de rutura”, segundo Susana Almeida. A diretora de Desenvolvimento Clínico e Segurança da Medicines for Europe falou da necessidade de uma política que promova a competitividade no sector por intermédio da qualidade e não do preço, para fazer face aos custos crescentes de produção e impedir a concentração em poucas mãos. A responsável lembrou ainda que “20% dos gastos em saúde são desperdícios” e que uma maior adoção de genéricos pode ser importante para dar passos positivos neste campo.

A tecnologia pode ser também um aliado forte nesta nova economia, e a Glintt está a fazer por isso. Nas palavras de Nuno Vasco Lopes, “cada vez mais a tecnologia não é um fim em si próprio, é um facilitador, e isso também se verifica no mercado dos genéricos”. O CEO falou do trabalho da sua empresa para garantir “que todos tenham as melhores informações em tempo real e que consigam reter o máximo de valor” e de como tal pode contribuir para que “cada vez mais as pessoas que entram nas farmácias estejam em estado de saúde” e saibam o que querem. Sem esquecer que “o comércio eletrónico vai fazer parte da realidade das farmácias portuguesas”.

Portugal, apesar das dificuldades e das arestas por limar, está a beneficiar da mudança de mentalidade dos consumidores, “preocupados com a pegada ambiental e em consumir mais produtos portugueses”, segundo Sofia Crisóstomo. “Acho que há aqui uma grande oportunidade para a marca genéricos portugueses”, vaticinou, enquanto Mário Martins deixou um retrato positivo: “O caminho faz-se caminhando, e tendo em conta o ponto de partida acho que estamos bastante bem.”

Valores

48,2% dos medicamentos vendidos em Portugal no primeiro trimestre de 2018 foram genéricos, um valor recorde e que representa uma subida de 1,2% em relação ao ano passado, de acordo com o Infarmed

1,3 milhões de euros foi o valor poupado pela Serviço Nacional de Saúde como resultado da maior adoção, nos últimos anos, de medicamentos genéricos (cujo preço é mais baixo)

80% do mercado de genéricos em Portugal é dominado pelas cinco principais empresas do sector, com o top 3 a controlar praticamente 50%

Citações

“Há ainda oportunidades consideráveis no campo dos medicamentos genéricos e a Europa está na vanguarda na adoção destes produtos”
Susana Almeida
Diretora de Desenvolvimento Clínico e Segurança da Medicines for Europe

“O mercado ambulatório total está com um ligeiro crescimento, tanto em volume como em unidades”
Mário Martins
Diretor-geral da IQVIA Portugal

“Os genéricos apareceram porque os governos os criaram quando se aperceberam de que os sistemas de saúde estavam a ficar insustentáveis”
Maria do Carmo Neves
CEO da Tecnimede



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