En vez de la cantidad de exámenes, cirugías o consultas, administradores hospitalarios sostienen que la financiación proveniente del Presupuesto del Estado debe depender de los resultados clínicos y de la experiencia del paciente.
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) defende que é urgente mudar a forma como são financiados os hospitais públicos. A ideia é apostar nos resultados e na qualidade dos tratamentos e não, como hoje acontece, na quantidade de procedimentos realizados (por exemplo, análises, exames ou consultas).
Esta é uma das dez propostas feitas pela Associação depois de ouvir 23 de especialistas em financiamento da saúde, nomeadamente gestores hospitalares. As recomendações serão apresentadas esta quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com a presença do ministro.
Outras medidas em cima da mesa passam por reforçar os cuidados de saúde primários, ligar melhor os cuidados de saúde primários aos cuidados de saúde secundários e aos cuidados continuados, além de promover a participação das pessoas no sistema de saúde.
Modelo actual não incentiva resultados para a saúde das pessoas
O relatório conclui que "o atual modelo de financiamento em Portugal não incentiva a integração de cuidados, os resultados em saúde e o investimento, nem está alinhado com as necessidades crescentes e distintas da população", sendo "urgente repensar o modelo de organização do sistema", desviando-se a atenção da prestação de cuidados e focando-se na promoção da saúde e prevenção da doença através da integração de cuidados.
O presidente da associação que representa os administradores dos hospitais, Alexandre Lourenço, diz que não faz sentido que o Estado continue a pagar aos hospitais conforme o volume de cuidados prestados.
O IPO do Porto vai entrar num projecto-piloto para ser pago conforme os resultados na saúde dos doentes.
Alexandre Lourenço explica que o Ministério da Saúde também esteve nestes grupos de trabalho e um dos resultados das recomendações a que chegaram passa por dois projectos-piloto.
Um desses projectos será no IPO do Porto na área do cancro do pulmão, sendo que o objectivo é que o hospital receba conforme os resultados e a qualidade dos tratamentos prestados aos doentes: "Melhores resultados clínicos e melhor experiência do doente significarão um aumento do financiamento".