Investigadores das universidades do Porto e de Coimbra desenvolveram um "penso cardíaco inteligente", uma inovação notável no tratamento após um enfarte do miocárdio. Este penso, publicado na revista Materials Today Bio, é composto por um biomaterial piezoelétrico que aproveita os próprios batimentos do coração para gerar impulsos elétricos. O objetivo é melhorar a condução elétrica e apoiar a regeneração do tecido cardíaco danificado, contribuindo para uma melhor recuperação funcional. A colaboração entre o i3S (Porto) e o CNC-UC (Coimbra) resultou nesta solução única que reforça a resposta cardíaca pós-enfarte.

Os primeiros testes, incluindo estudos in vitro e ensaios em modelos animais (ratinhos e corações de porco), apresentaram resultados muito promissores. Os testes em ratinhos indicaram que os biomateriais piezoelétricos melhoram a condução elétrica do coração e auxiliam na sua recuperação após enfarte. Além disso, os ensaios em corações de porco confirmaram a segurança do dispositivo, mostrando que a sua aplicação não compromete a função normal do órgão. Esta abordagem também tem o potencial de minimizar a ocorrência de arritmias, uma complicação grave pós-enfarte. Atualmente, os investigadores estão a explorar a integração da libertação controlada de fármacos com a piezoelectricidade no projeto europeu REBORN para uma regeneração mais eficaz.